Colaboração para a Folha de São Paulo
Publicado no caderno FOLHATEEN de 28/01/2013
Aquela redação escrita na sala de aula ou a poesia rabiscada numa noite em claro podem ganhar visibilidade por meio de concursos literários, capazes de dar o pontapé inicial na carreira de quem quer virar escritor.
No ano passado, ao menos 312 concursos de poesias, contos, romances e crônicas foram abertos no Brasil, segundo mapeamento do escritor Rodrigo Domit, 28, criador do blog concursos-literarios.blogspot.com.
"Viabilizar uma obra para um autor iniciante é caro, por isso os concursos são a melhor opção", afirma.
Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress
João Paulo Hergesel, 20, e algumas das antologias
nas quais estão publicados seus textos
O escritor João Paulo Hergesel, 20, não pode ouvir falar em concursos literários: seus dedos ficam inquietos e a cabeça vai a milhão.
Nascido em Sorocaba, mas criado em Alumínio, a 79 km de São Paulo, ele já participou de mais de 200 concursos. Ganhou 60 deles.
Como resultado, teve textos publicados em nada menos que 25 antologias. As porcelanas e os porta-retratos que antes decoravam a sala da casa onde mora deram lugar a livros, troféus, certificados e menções honrosas. Prêmios em dinheiro foram três, totalizando R$ 3.500.
Hergesel enfrentou o primeiro concurso aos oito anos, na escola. Aos 15, começou a levar a coisa a sério.
"Percebi que queria mesmo escrever, então fiz o que muitos adolescentes fazem: criei uma comunidade --na época, no Orkut-- e passei a divulgar meus textos. Ver as pessoas comentando e elogiando me incentivou a ir aos concursos", conta.
Resolvida a questão da coragem, o que faltava era idade para concorrer.
"Era uma dificuldade. A maioria dos concursos era para maiores de 18 anos, mas eu não desanimava. Ia atrás dos que permitiam todas as idades. Não tive medo."
Nascido em Sorocaba, mas criado em Alumínio, a 79 km de São Paulo, ele já participou de mais de 200 concursos. Ganhou 60 deles.
Como resultado, teve textos publicados em nada menos que 25 antologias. As porcelanas e os porta-retratos que antes decoravam a sala da casa onde mora deram lugar a livros, troféus, certificados e menções honrosas. Prêmios em dinheiro foram três, totalizando R$ 3.500.
Hergesel enfrentou o primeiro concurso aos oito anos, na escola. Aos 15, começou a levar a coisa a sério.
"Percebi que queria mesmo escrever, então fiz o que muitos adolescentes fazem: criei uma comunidade --na época, no Orkut-- e passei a divulgar meus textos. Ver as pessoas comentando e elogiando me incentivou a ir aos concursos", conta.
Resolvida a questão da coragem, o que faltava era idade para concorrer.
"Era uma dificuldade. A maioria dos concursos era para maiores de 18 anos, mas eu não desanimava. Ia atrás dos que permitiam todas as idades. Não tive medo."
PORTUGAL
Antes mesmo de completar a maioridade, o paulista conquistou 25 prêmios, sendo dois em Portugal, na categoria poema.
Mas aquele que considera o mais importante veio quando tinha 19 anos: o primeiro lugar na categoria conto infantojuvenil do Prêmio Sesc-DF 2012.
Um dos mais importantes do país, o Prêmio Sesc-DF teve na última edição 1.200 participantes. As inscrições para a próxima edição vão de 1º de junho a 31 de agosto, só para maiores de 18 anos. As obras vencedoras serão publicadas e comercializadas.
Para escrever os textos dos concursos a inspiração do aluminense vem até de madrugada. "Quando não tem papel e caneta por perto anoto tudo no celular", conta. "E se o celular pifar?", pergunto. "Nesses casos, a memória é a única solução! Durante um voo de volta de Brasília, isso me aconteceu: não podia ligar o celular e não tinha papel e nem caneta, então simplesmente registrei no pensamento", conta. A situação lhe rendeu um trecho para um poema: "escrevo no pensamento e quem quiser que me leia pelos olhos".
Quem também viu a carreira deslanchar depois de concursos foi Luisa Geisler, 21.
Nascida em Canoas (RS), ela ganhou o Prêmio Nacional Sesc de Literatura em 2010/2011 na categoria conto, com o livro "Contos de Mentira", e, em 2011/2012, venceu com o romance "Quiçá".
Luisa foi uma dos 20 nomes escolhidos pela celebrada revista literária inglesa "Granta" para a edição "Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros", publicada em 2012.
"Quando você é muito novo, rola preconceito. Os concursos são uma forma de ganhar reconhecimento."
Ela dá um conselho a quem quer entrar nesse meio.
"Perdi vários concursos e isso me desmotivava, mas aprendi que não se pode levá-los tão a sério. É coisa de momento, do jurado que leu seu texto. Perder não é sinal de que a obra é ruim. Uma hora você ganha."
Mas aquele que considera o mais importante veio quando tinha 19 anos: o primeiro lugar na categoria conto infantojuvenil do Prêmio Sesc-DF 2012.
Um dos mais importantes do país, o Prêmio Sesc-DF teve na última edição 1.200 participantes. As inscrições para a próxima edição vão de 1º de junho a 31 de agosto, só para maiores de 18 anos. As obras vencedoras serão publicadas e comercializadas.
Para escrever os textos dos concursos a inspiração do aluminense vem até de madrugada. "Quando não tem papel e caneta por perto anoto tudo no celular", conta. "E se o celular pifar?", pergunto. "Nesses casos, a memória é a única solução! Durante um voo de volta de Brasília, isso me aconteceu: não podia ligar o celular e não tinha papel e nem caneta, então simplesmente registrei no pensamento", conta. A situação lhe rendeu um trecho para um poema: "escrevo no pensamento e quem quiser que me leia pelos olhos".
Quem também viu a carreira deslanchar depois de concursos foi Luisa Geisler, 21.
Nascida em Canoas (RS), ela ganhou o Prêmio Nacional Sesc de Literatura em 2010/2011 na categoria conto, com o livro "Contos de Mentira", e, em 2011/2012, venceu com o romance "Quiçá".
Luisa foi uma dos 20 nomes escolhidos pela celebrada revista literária inglesa "Granta" para a edição "Os Melhores Jovens Escritores Brasileiros", publicada em 2012.
"Quando você é muito novo, rola preconceito. Os concursos são uma forma de ganhar reconhecimento."
Ela dá um conselho a quem quer entrar nesse meio.
"Perdi vários concursos e isso me desmotivava, mas aprendi que não se pode levá-los tão a sério. É coisa de momento, do jurado que leu seu texto. Perder não é sinal de que a obra é ruim. Uma hora você ganha."